quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Consegues perdoar-me?
Num mundo que eu raramente compreendo, existem ventos de destino que sopram quando menos os esperamos. Por vezes sopram com a violência de um furacão, outras vezes mal os sentimos no rosto. Mas os ventos não podem ser negados, trazendo como muitas vezes trazem um futuro impossível de ignorar. Tu, meu querido, és o vento que eu não antecipei, a rajada que soprou com mais força do que eu alguma vez imaginara ser possível. Tu és o meu destino.
Eu fiz mal, muito mal, ao ignorar o que era óbvio, e peço que me perdoes. Como uma viajante cuidadosa, tentei proteger-me do vento, mas até os estúpidos têm sentimentos, e acabei por perceber que tu és a coisa mais importante que tenho neste mundo.
Eu sei que não sou perfeita. Cometi mais erros nos últimos meses do que alguns cometem numa vida inteira.
Agora, porém, com os meus olhos postos no futuro, vejo o teu rosto e oiço a tua voz, certa de que esse é o caminho que devo seguir. É o meu mais profundo desejo que tu me dês mais uma oportunidade.
Durante os primeiros dias depois de teres partido, quis acreditar que poderia continuar a viver como sempre tinha vivido até então. Mas não posso. Sempre que assistia a um pôr-do-sol, pensava em ti. Sempre que passava pelo telemóvel, ansiava telefonar-te. Sabia no meu coração que a minha vida nunca mais seria a mesma. Queria-te de volta, mais do que imaginara possível, e no entanto, sempre que te evocava, ouvia as tuas palavras na nossa última conversa. Por mais que eu te amasse, sabia que nada iria ser possível a não ser que nós – os dois – tivéssemos a certeza que eu me dedicaria inteiramente ao caminho que seguia em frente. Estes pensamentos continuam a perturbar-me… E eu não consigo dizer-te Adeus, ou deixar-te partir. Perdoa-me por isso, meu querido. 

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